Páginas

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O passado: High-need baby

Nem lembro se alguma vez comentei por aqui que o Guilherme dava muito trabalho para dormir e acordava várias vezes durante a noite, mesmo depois de não mamar mais. Foram quase quatro anos até encontrarmos um ritmo e uma rotina que fosse boa para todos na casa. Ele continua sendo duro na queda, mas depois que eu leio uma história dou boa noite e ele fica no quarto até dormir. As vezes ele sai, claro que dar uma "olhadinha" no que os adultos estão fazendo é tentador, levamos ele de volta para o quarto, beijinho, carinho e quase sempre funciona.
Quando Guilherme nasceu ele era bastante inquieto e já dormia menos do que o esperado para um recém nascido. Relatos dos meus pais e dos pais do João dão conta de que nós, os dois, eramos assim. Então, ou era coisa de primeiro filho, ou ele havia saído aos pais. Ainda assim, ficava a questão do como lidar com o "problema", foram vários livros, conselhos, palpites ... A preocupação não eram as noites em claro, era o fato dele dormir menos, bem menos do que é considerado necessário para bebês. Foi ai que descobri dois livros que acho importantes para todos os pais (Soluções para noites sem choro e o Bebe mais feliz do pedaço), devorei os livros e me identifiquei com as idéias. Para algumas coisas já me pareceu meio tarde, para outras ainda havia tempo. Aos dois meses, como por um passe de mágica, ele começou a dormir a noite toda (leia-se dormia umas 12 horas, com um intervalo para mamar) durante o dia "sonecavamos" na rede e tudo parecia bem. Haveriamos encontrado o ritmo?
Com a minha volta ao trabalho tudo mudou e piorou. As noites eram picadas e praticamente não dormia durante o dia. Uma pediatra chegou a dizer ao João que o bebê estava me "chantageando" (contei isso aqui). Quando começou na creche ele deu uma melhorada nas sonecas diurnas, mas era o bebe que menos dormia do berçário. As noites continuavam na mesma por um bom tempo. Foi mais ou menos nessa época que encontrei o conceito de "High-need babies" e que se encaixava como uma luva. Na verdade o relato do Dr. Sears sobre a filha era quase como o nosso, com a diferença que para nós era o primeiro filho, para ele o quarto. Hoje, relendo o quadro no final, vi as características por faixa etária, e o menino Guilherme é tal e qual e já vejo algumas coisas do futuro Guilherme. O texto em inglês dá mais detalhes sobre cada uma das características e traz links interessantes no final.
Sei que com 11 meses melhorou e voltou a uma acordada por noite. Mas já não dormia quase nada durante o dia, soneca é para os fracos, parecia ser  o lema do pequeno. E assim fomos ... Com dois anos ele já não mamava e não dormia nenhuma soneca durante o dia e as noites não eram assim uma Brastemp maravilha, mas eram muito melhores. Nesse momento muitas coisas aconteceram, ele esteve doente, mudamos para Cabo Verde, em fim ... e tivemos que recomeçar. E foram muitos recomeços até chegar ao formato atual. 
De tudo o que passamos eu digo que desabafar é preciso, mas os ouvidos devem ser muito bem escolhidos, travestidos de conselhos e dicas vem comentários muito crueis. Se a solução encontrada não é nada ortodoxa, mais cuidado ainda.

11 comentários:

Mariana - viciados em colo disse...

arthur é exatamente assim, neda, nem preciso ler o texto para encaixar no conceito higt-need.

eu chamava de demandante, mas adorei a expressão em inglês. ele dormiu a noite inteira com dois meses e passou a acordar várias vezes assim que voltei a trabalhar.

ele ainda é um bebê sem padrão, mas vamos caminhando -> mantendo a rotina, sei que as noites são melhores.

beijoca

Paula Ruas disse...

Nossa, obrigada por postar esse texto. Identifiquei minha filha por completo! =)Com oito meses ainda acorda muuuuuito, e é muito "hiperativa"

Paula
http://mamaemimada.blogspot.com

Neda disse...

@Mariana - viciados em colo Eu chamava de "exigente" e por vezes "dependente". Foi, é, um aprendizado constante.
BJKS

Neda disse...

@Paula Ruas Paula, obrigada pela visita! Nessa fase o pior para mim eram os comentários "não sei o que é uma noite sem dormir desde que o fulano tem x semanas" acompanhados do olhar assombrado. Era me matar! Eu em frangalhos, queria mesmo era desabafar, até mesmo um "vai passar" ou "as vezes é preciso paciência". Me sentia um fracasso, mesmo sabendo que não era o caso.
Bjs e calma, muita calma nessa hora.

Paloma Varón disse...

Muito bom, Neda. Ainda não consigo identificar se a Clarice se encaixa neste conceito fazernão.
Vou ler com calma e pensar mais a respeito, porque agora as questões emocionais (e fusionais) me impedem de ver claramente.
No mais, adorei a frase final, realmente, a maioria das pessoas culpa os pais por isso. Tenho ouvido cada coisa também...
Beijos

Neda disse...

@Paloma, a mãePaloma, definitivamente a análise é melhor e mais precisa em momentos de normalidade, quando ela está bem e segura. Você também.
BJS

Sandra Kautto disse...

Eu fazia como a @Mariana, chamava sempre o Elias de demandante. Lembro que várias madrugadas enquanto ele mamava eu chorava de tão cansada que me sentia, e me perguntava onde eu estava errando...
Agora com 4 meses as coisas estão melhor, ainda está longe de termos a noite de sono perfeita, mas já está muito melhor. Se eu tivesse ouvido falar desse conceito há 4 meses certamente teria me culpado menos e trabalho mais minha aceitação, mas antes tarde do que nunca, né não? Obrigada pela dica, já passei pro marido também!

Bjus

Mikelli disse...

nunca tinha escutado falar mas acho que o filho dos meus vizinhos de baixo é assim...tadinho, ele ja tem quase 2 anos e passa a noite toda entre choros e berros =/ E aqui na alemanha ele passa por bebe chorao. bjs!

Celi disse...

Obrigada por compartilhar como acontece tudo por aí. É um conforto saber que outras mães passam pelas mesmas experiências que a gente. Uma troca constante!
Cada criança é de um jeito. Vale nossas tentativas, mas precisamos aceitar... Cada qual sua realidade.
Um beijo.

Nave Mamãe disse...

Neda,
Não conhecia teu blog, conheci através do link da Mari! Muitíssimo obrigada por compartilhar. Postei sobre isso e te linkei lá na nave, o Dr. Sears escreveu sobre o Lorenzo. Tudo o que penso em ralação ao Lorenzo, inclusive! Não acho Lorenzo difícil, acho o bebê mais delicioso, carinhoso e afetuoso do mundo.

Achei engraçado que inclusive ja ouvi uma frase bem parecida com a do amigo terapeuta. Uma enfermeira me disse que o choro do Lorz não era desesperado, era choro de quem sabia que seria atendido!

Beijos

Alessandra Mosquera disse...

Oi Neda, eu também virei fanzona da Elisabeth Pantley depois que o Izan passou a fazer duas sonecas e a dormir as 21:30, antes ele dormia ás 2 da manhã chorando, um horror. Beijos