Quando a terra treme

Esta semana, mais uma vez, sentimos a terra tremer. O que é esperado já que moramos em cima de uma grande falha geográfica, na verdade passa uma há menos de 100 metros de onde moramos e foi a que foi "ativada" no ultimo tremor. Mas minha experiência com sismos é bem mais antiga que isso, o primeiro foi em janeiro de 1978, quando eu tinha um aninho. Minha mãe conta que eu ficava cantando para o lustre que balançava no quarto enquanto ela fazia as malas. O segundo foi em janeiro de 1985 e que eu tenho bem vivinho na minha memoria e que cada vez que treme fico na expectativa pra ver se vai ser igual (por sorte não).
Quando nos mudamos para cá e escolhemos um apartamento no sexto andar, muita gente dizia que no primeiro tremor a gente ia correndo procurar uma casa. Bom, assim, por alto já passaram uns quatro, talvez cinco, e por mais estranha que seja a sensação a única diferença é que se for necessário eu vou ter que descer seis andares com duas crianças, e não apenas abrir a porta e sair. Mas afinal o que devemos fazer em caso de terremoto?

Antes de mais nada é preciso ter um kit de emergência. Há várias listas online, o que eu recomendo é que o kit tenha comida (de preferencia que não precise cozinhar para ser comida, mas o ideal seria ter uma daquelas bocas e uma garrafa pequena de gás) e água para uns três dias. Além de roupa de acordo com  a estação, mantas, fraldas e tal. Não esquecer de por um carregador de celular, radio de pilha e lanterna e um kit de primeiros socorros. Ter os documentos a mão para na hora de sair pegar rápido.

A primeira recomendação é ficar onde se está até a terra parar de tremer. Se possível vá para debaixo de uma mesa ou fique sob as vigas de sustentação da casa e se mantenha longe de janelas de vidro e de lugares onde objetos possam cair. Se você está em um prédio alto saiba que ele vai balançar por muito mais tempo, como se você estivesse num navio em alto mar, quanto mais alto o andar, mas balança e por mais tempo (puxe da memoria as aulas de física sobre movimentos pendulares). Só depois que tudo estiver parado veja se é necessário descer (pelas escadas). Se possível, feche a chave de gás antes de sair, se não houver eletricidade use uma lanterna, jamais acenda fósforos ou velas. Para quem está na rua, a recomendação é se proteger sob uma marquise, quem está no carro, parar o veiculo e se possível procurar abrigo.
É importante que a família tenha um ponto de encontro caso estejam separados na hora do sismo e definir como vão proceder caso as crianças estejam na escola ou na casa de amigos. Caso os serviços básicos sejam afetados e não serem restaurados em três dias, lembrar que as caixas de descarga são um bom reservatório de água para a higiene da família, assim a água de garrafa/ mineral fica para beber e preparar a comida.
O mais importante é manter a tranquilidade, na medida do possível, e ficar atento as orientações da Defesa Civil. Em Mendoza, como na maioria das cidades há simulações de terremoto. Nada comparado com as que fazem no Japão, mas ainda assim tem sua importância. Aqui elas acontecem uma vez por mês, o aviso vem no radio e a simulação começa, mesmo quem não está com o radio ligado percebe por que as sirenes das escolas começam a tocar.