Páginas

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Perdi as contas

Estava lendo uma matéria sobre viagens com crianças e me dei conta tenho que puxar da memória para lembrar quantas vezes viajamos com o Guilherme, claro que lembro das maiores viagens, da primeira viagem, da primeira vez que viajei só com ele, da vez que ele viajou só com o pai, isso eu lembro. Mas já não consigo por em números sem recorrer às fotos ou qualquer outra coisa. E com isso parei para pensar como ao longo de quase quatro anos eu fui mudando a logistica relacionadas ao Guilherme nas viagens.
Nas primerias tudo era muito simples, não precisava levar mais que uma muda de roupa, fraldas e um chocalho ou equivalente. Depois, entraram em cena os potinhos com papas de fruta, e a lista de brinquedos aumentou. Rapidinho as papas deram lugar as frutas e aos cubinhos de queijo parmesão (ou qualquer outro duro e de sabor forte) e o DVD entrou em cena, ele e uma pilha de filmes. Esse foi o perido que mais durou.
Ai, um belo dia, ele decidiu que já não queria ver DVD e não vê mais de jeito nenhum no avião. As vezes se rende ao ipod e vê algo. Em compensação, quer levar muitos, muitos brinquedos e brinquedos grandes, alguns que sequer podem ser levados na cabine. Tudo fica esquecido quando chegamos ao nosso destino e ele se dá conta das novidades. Para resolver isso, ele escolhe os brinquedos que quer levar (tem que caber numa mochila bem pequena) e depois eu separo o que vai, por que ninguém precisa de 12 carrinhos para 10 dias na praia!?!
A comida, bom, com as regras e limitações ficou um pouco dificil, mas não impossível. A cota de líquidos do Guilherme vai de iogurte. O leite, 90% das cias tem leite a bordo, então, as vezes eu levo uma dose de leite em pó, mas nunca pedi leite e não tiveram. E suco sempre tem. No mais levo frutas e bolachas isso se for uma viagem longa ou no horario das refeições, mas só uso se ele não quiser a comida de bordo (sim, eu faço meu filho comer comida de avião!) .
Com o tempo aprendi que o aquela história de receber o carrinho na saída do avião é muito variável. Se você viaja de SAS vai ter que despachar o carrinho junto com as malas e pegar um carrinho da empresa lá dentro no embarque. No aeroporto de Amsterdam o carrinho vai para a esteira, mesmo quando te prometem que ele vai ser entregue ao sair do avião. O mesmo acontece quando chegamos em Lisboa vindos de fora da comunidade Europeia ( uma delicia esperar na fila com um Guilherme dormindo nos braços por que tanto faz a fila, tudo está cheio). Em Newark o carrinho de espera lindo e fofo na porta do avião e no Porto também. A TAP é bem eficiente nisso (menos chegando em Praia) e essa eficiência nos salvou da última vez que tivemos que atravesar o novo terminal do aeroporto de Lisboa (vinhamos com atraso de Amsterdam).
Outra coisa que é bem relativa são as filas preferênciais, as vezes tem, as vezes não tem, as vezes é melhor ficar onde se está. E eu já passei por cenas ridiculas com isso. E quem tem preferencia na preferencial, o idoso, o cadeirante, a gestante, o bebê que dorme tranquilamente no carrinho ou o moleque de 20kg que dorme inquieto nos braços de uma mãe que tem que arquear as costas e abrir as pernas pra não cair? O que eu faço? Sento e espero a fila acabar. Tô atrasada para um voo? Bom, ai tenho mesmo que que furar todas as filas, é outra coisa.
Depois de tanto viajar deixo as seguintes dicas:
- carrinho, sempre leve o carrinho, mesmo que seu filho tenha 4 anos, ele vai cansar, vai ter sono e você não vai querer ou poder interromper o passeio no meio, o carrinho salva;
- se seu filho já senta e você pode pagar, compre um bilhete para ele. Nada pior do que viajar prensada no meio (em tese esse é o lugar do "colinho") com um bebê saltitante no colo. Mesmo que ele viaje no seu colo é bom ter um espaço para espalhar as coisas do bebê e as suas também;
- enquanto puder use canguru ou sling para carregar a cria, facilita em vários momentos principalmente viajando só;
- prefira duas malas menores a uma mala grande, sempre! São mais fáceis de tirar da esteira. Este é um dos momentos que o canguru/sling salvam.Tente dividir as roupas das pessoas nas malas, assim em caso de extravio ninguém fica só com a roupa do corpo. Se extraviarem as duas bom, tinha que ser;
- viaje com o minimo de bagagem de mão e desde cedo tente fazer com que as crianças carreguem suas coisas;
- se seu filho armou um escandalo (Guilherme já chorou durante todo um voo) aceite o inevitável, relaxe e faça cara de paisagem. As vezes a vida não é justa, a quem oferecer ajuda, sorria e ACEITE! Isso não faz de você um pai pior e vai que funciona; e
- tenha sempre uma carta na manga, um brinquedo novo, uma novidade qualquer, preferencialmente embrulhada para presente. Faça sempre cara de surpresa!

Em geral, essas dicas valem também para viagens de navio, trem e as vezes onibus. Já viagens de carro exigem um pouco mais, nada de outro mundo. O fato de viajar de carro ser mais flexivel, ajuda e atrapalha. Faça muitas brincadeiras do tipo " I Spy ..." ou encontrar formas nas nuvens, contar carros vermelhos. É preciso ficar de olho caso a criança veja DVD, ou brinque no computador ou videogame, dependendo da caminho ele pode enjoar. Não esqueça que a ida ao banheiro é uma grande aventura, aproveite para deixar ele correr muito sempre que a parada permitir. Sempre que um pedido for simples e plausível diga SIM!

2 comentários:

Paloma Varón disse...

Neda, suas dicas de mãe viajada são ótimas! Na hora de viajar sozinha com a Ciça, eu sou meio cara de pau e peço ajuda mesmo (quando não oferecem) para tirarem a mala da esteira para mim. O único lugar em que não recebi ajuda de cara, infelizmente, foi aqui em Brasília. Em outros aeroportos, sempre encontro gente gentil e solícita. [Por isso detesto quando brasileiro fala que americanos ou europeus são frios, são isso, são aquilo...]
Beijos

Neda disse...

A mais pura verdade Paloma!
Brasília tem um perfil diferente de passageiro, a maioria ACHA que não pode perder dois minutos ajudando alguém, quando todos sabemos que não é assim.
Beijos