Na natureza tudo se transforma

Há algum tempo eu trabalhei como produtora de telejornal, uma das minhas atribuições era produzir o quadro de culinária. Foram três anos as voltas em como fazer o feijão com arroz diferente. Já tinha um ano produzindo o quadro, veio o periodo de festas e era aquela "novidade" nas matérias, só que naquele ano o dia 25 de dezembro caia justamente no dia que a culinária ia pro ar, e ninguém ia dar receita de peru depois da festa, né? Então, pensei em produzir uma matéria sobre como aproveitar as sobras da ceia, novos pratos e até dicas sobre como congelar algumas coisas. Uma culinária diferente do padrão, mas que com certeza faria muito sucesso com as donas de casa, afinal muita gente nem tem como dispor de tudo que sobra. Mas ... o chefe (homem, claro) ficou sabendo da idéia (mas digam se não é boa) e vetou a matéria, disse que não por que se alguém ficasse doente podia dar um rolo danado e, além do mais, sobra é lixo (sim, assim como você, eu e quase toda a redação arregalou os olhos, mas não teve jeito). E assim, foi que enquanto estive por lá nunca foi feita essa matéria, fosse no natal, fosse em qualquer outra época do ano. O chefe mudou, mas o resto da equipe não e ninguém quis arriscar. Eu me mudei e fiquei sem saber se depois alguém lembrou disso e conseguiu fazer a matéria.

Mas por que estou contando isso? Por que hoje, me deparei com esta matéria do NYT sobre a mudança da linha editoria das revistas de culinária americanas com a crise economica e falando que até a Gourmet, anda ensinando como aproveitar sobras e na última edição colocou um sanduiche de presunto na capa (como vocês podem ver na foto que ilustra o post) Nem precisa falar que é a maneira que essas revistas tem de continuar vendendo, afinal quem vai comprar revistas caras se não for para aprender a economizar? Se bobear devem estar vendendo mais já que abrangem todo um novo publico. Será o o antigo chefe tá sabendo disso? HEHEHEHEHEHE