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quarta-feira, 21 de maio de 2008

O que é qualidade de vida para você?


Quando decidimos morar em outro lugar, pode ser em outra rua, outro bairro, ou até mesmo outro país, se você não for para o obviamente “melhor” as pessoas começam a questionar. Estou passando por isso pela terceira vez na minha vida.

A primeira foi quando fui fazer intercambio na Noruega. Todo mundo queria saber por que eu queria ir para lá e com certeza os amigos do meu pai perguntavam para ele se ele não estava jogando dinheiro fora, que não era melhor eu ir aprender inglês.

Depois veio a mudança de Fortaleza para Brasília, quem em sã consciência deixa a “qualidade de vida de Fortaleza” pela sem graça Brasília. Para esses eu sempre disse, fora ir para a praia, que eu chegava a passar de ano sem ir, não tem nada que se faça em Fortaleza que não dê para fazer aqui, só que aqui pode ser mais caro. E ainda por cima aqui eu tenho acesso a museus, teatro, cinema em qualidade e quantidade muito melhor do que na terrinha ( que não me entendam mal eu amo).

Bom, agora estamos iniciando a mudança para a Africa Subsaariana, calma, não estou indo para o Congo ou coisa pelo estilo, nem vou me aventurar na selva urbana de Johannesburg, vamos para Praia, capital de Cabo Verde, um simpático arquipelógo vulganico que fica há pouco mais de três horas de vôo de .... Fortaleza. Vamos ficar lá por dois anos antes de seguirmos viagem para outro país.

Claro que a coisa em Cabo Verde é mais precária do que aqui, mas será que minha vida lá será pior do que aqui? Acredito que não, na verdade terei uma vida diferente. Já estamos vendo a moradia, o apartamento que encontramos é um sonho e fica a poucos quarteirões do mar (será que desta vez vou aproveitar mais?). Lá o Sistema de Saúde é ruim, particular ou não, não tem cinema, nem shopping, nem nada, mas tem biblioteca. Não tem shopping e tudo é caro e de baixa qualidade, mas é tudo vendido no simpático mercado Sucupira. Fora que o país é lindo, lindo de dar gosto. E como eu não planejo ficar doente, preciso controlar meus impulsos consumistas, já vou muito menos ao cinema do que ia antes do Guilherme nascer, o mesmo vale para os museus.

Nestes dois anos minha qualidade de vida vai ser diferente. Vou aprender a conviver mais com a natureza, fazer caminhadas, andar de bicicleta, nadar no mar, caminhar na areia, curtir o filho, o marido e a casa. Aproveitar que da mesma forma que estou pertinho de Fortaleza, também estou pertinho de Portugal e visitar os amigos que tenho por lá. Vou morar num apartamento novo, pagando um preço justo e quem sabe consiga um emprego legal, de meio período, para que eu tenha um tempinho para trabalhar meu lado criativo, as minhas mãos, minhas habilidades e ficar longe do computador, da tecnologia. Essa mudança estou fazendo aos poucos e sem estresse.

Vixe, como ficou grande o post!

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