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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Uma casa acessível

Há alguns anos fui visitar uma amiga dos tempos da faculdade que tinha tido gêmeas, duas meninas lindas que naquele momento nem sentavam. Eu levei o Guilherme um menino que andava e mexia em tudo. Em certo momento da visita ela me perguntou como eu tinha feito em casa para que o Guilherme não quebrasse tudo. A verdade é que muito pouco mudou na decoração da casa com a chegada do Guilherme (e do Felipe), nunca gostei de tampos de vidro (eu mesma quebrei mais de um) e apesar de gostar de um bibelô a maioria já ficava fora do alcance das crianças. O que fizemos foi por travas nas portas dos armários onde ficavam as louças e as bebidas e colocamos aquela portinha para impedir o acesso a cozinha e área de serviço, muito mais pela areia dos gatos e a ração do que outra coisa. Não era o caso da casa dessa amiga, ela tinha prateleiras de vidro por toda parte e praticamente tudo que um dia estaria ao alcance das meninas era quebrável. A sogra dela (por que sempre a sogra?) disse que era besteira, que ela nunca tinha mudado nada de lugar e os filhos dela nunca quebraram nada. Como ela fez nunca lembrei de perguntar, até por que pouco tempo depois a família se mudou para um apartamento maior e por mais que sempre nos vejamos quando vou a Fortaleza, nunca mais fui a casa dela.
Particularmente, não entendo a resistência que algumas pessoas tem em adaptar a casa para as crianças, afinal, a casa não é o lar delas também? Por que essa neura de apagar os vestígios de que há crianças? Obvio que as vezes cansa ver brinquedos para todos os lado, pior ainda quando pisamos num bloco de lego esquecido (ai!) ou escorregamos num carrinho (ui!). Aqui em casa tudo que está ao alcance dos meninos são coisas que eles podem pegar sem se machucar, nem sempre são coisas deles e as vezes são coisas que estragam, mas ainda assim são seguras e claro, os brinquedos estão sempre ao alcance deles. Para mim isso é natural, afinal a casa é deles também.
A questão agora é que temos em casa brinquedos que não são seguros para o Felipe e não consigo pensar em uma solução justa para o problema sempre tem algo de conflito. Explico: o ideal seria ensinar aos dois que devem respeitar um os brinquedos do outro, mas até lá tem muito chão e se por um lado, não é fácil fazer um bebê de quase um ano entender certas regras, por outro nem sempre é fácil fazer um menino de 6 anos entender que para o irmão aprender a respeitar os brinquedos dele, ele primeiro precisa respeitar os dele, mesmo que os brinquedos em questão já tenham sido dele. Baby steps, baby steps! Até lá haja "Mãe! Tira o Felipe daqui"
E assim vão passando os dias, uma hora penso em transformar o quarto de hospedes em quarto de brinquedos, outra hora penso em fazer isso no familyroom e mandar o computador pro quarto, outras não por os dois no mesmo quarto e acabar com o quarto de hospedes ... em breve Guilherme vai precisar de um lugar para estudar.

7 comentários:

Sandra Kautto disse...

Antes do Elias minha casa näao era nadinha adaptada para crianças. E na verdade eu nunca havia percebido isso até ter meu próprio filho...

Hoje em dia minha casa é toda adaptada para crianças de qq idade! Travas, espaços aberto, brinquedos pela casa inteira, poucos móveis e assim vai! E estou muito mais feliz com essa minha nova casa do que com a antiga!

Bjus

Celi disse...

Neda,
Muito interessante esse assunto que trouxe para o post. Acredito sim que a casa também é das crianças, no entanto além de cuidarmos de algumas coisas (perigosas) ao alcance das crianças, temos que ensiná-las que não podem mexer, tirar isso ou aquilo do lugar. Acredito que cabe fazermos as duas coisas.
Quanto aos brinquedos dos meninos, que legal, pois aqui também acontece algo muito parecido. Por sinal, quantos anos eles tem de diferença? Lembrou muito meus meninos que ora brincam juntos, ora precisamos separá-los. O que temos por aqui são os dois meninos juntos, uma estante com todos os brinquedos. Organizei de maneira a separar os brinquedos que o menor não por ter acesso sozinho. Além disso, pontuamos para ele que há brinquedos que é difícil para ele, que o Felipe brincará sozinho no momento e no quarto. Uma tarefa difícil lidarmos com tudo isso.
Bom, vamos trocando... Acompanharei os comentários.
Beijos

Neda disse...

Celi
Claro que temos que ensinar que não pode mexer e explorar tudo até por que eles frequentam outras casas. Aqui em casa temos redes de segurança muito mais pelos gatos pois já perdemos um em uma queda, do que pelos meninos, obvio que me deixa mais tranquila, mas nem por isso os menos brincam pendurados na rede. Outro dia Felipe quebrou duas saladeiras, cortou o pé (uma besteira) e se assustou com o barulho, no dia seguinte lá estava ele tentando abrir o armário de novo, com João decidimos que os armários da cozinha vão passar por um reforço de segurança.
A diferença entre os meninos é de 5 anos, Guilherme brinca numa boa com os brinquedos do Felipe, mas não quer que o irmão chegue nem perto dos dele.
BJS

Chris Ferreira disse...

Oi Neda,
Adorei o assunto que você abordou e o fez de maneira muito inteligente, a meu ver.
Concordo.
Beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com.br/

Paloma Varón disse...

Eu li este post no dia, não consegui comentar, e fiquei comentando ele todo dia, na minha cabeça (quando já tinha desconectado). Achei-o perfeito, fundamental. Claro que precisamos adaptar nossa casa e nossa vida para os nossos filhos. Acho isso natural, é uma nova fase da vida e a casa é deles também.
Só tenho tomado cuidado para não ter brinquedos espalhados por todos os cômodos, quero que elas aprendam a respeitar mais os espaços e aprendam a guardar. Elas têm os brinquedos bem dispostos e eu faço questão de que guardemos (mais eu do que elas, infelizmente, mas estou tentando educar) depois do uso, não os quero toda hora espalhados, não os quero no meu quarto ou na sala (quando elas não estão nestes ambientes), já que têm o quarto delas e um quarto de brinquedos. Mas a casa é adaptada, sim, para crianças, não vejo como ser diferente.
Beijos

Paloma Varón disse...

Vi agora sua resposta à Celi. Aqui se passa o mesmo: Ciça brinca com todos os brinquedos da Clarice, mas nem sempre quer que Clarice brinque com os dela (e nem sempre pode). Eu tenho dificuldade com isso e o que acontece é que geralmente ela brinca de brinquedos com peças pequenas com o pai, num quarto, e eu entretenho a Clarice em outro cômodo. Ou ela brinca na hora da soneca diurna da Clarice (Ciça não dorme mais à tarde). Esta é a parte mais difícil, para mim, porque não queria podar a Ciça, mas não posso deixar ela espalhar milhares de pecinhas na casa e correr o risco de a Cali engolir.
Beijos

Livia, mãe da Carol disse...

Neda, eu penso que devemos ensinar as crianças sobre as coisas da casa. A chegada da Carol alterou algumas coisas em nossa casa sim e isso nunca me incomodou. Colocamos um portão no corredor que levava aos quartos pq não queríamos que eles subissem na cama, por exemplo. Na verdade foi o pedido do Paulo que ficava muito mais incomodado que eu com os pelos dos animais. Qdo ela começou a engatinhar tirei algumas peças de vidro que eu tinha na mesa de centro e alguns livros que o Paulo gosta mais da prateleira mais baixa da estante. E só! O resto eu deixava e qdo ela mexia (natural da idade, uma fase de curiosidades) eu dizia que não podia. Não foi fácil, claro. Repetia muitas vezs que não podia, mas chegou um ponto que ela apontava o objeto e fazia com o dedinho 'não'.....risos...Brinquedo não me chateia, mas aqui em casa tem uma regra de guardar sim. As vezes eu ajudo, as vezes ela guarda sozinha mesmo. Acho a idéia do quarto de brinquedos excelente. Nós temos um e ajuda muito a manter o resto da casa mais organizado. Se vc tiver um quarto sobrando, invista nisso! Atualmente o quarto da Carol é local para dormir, ler e estudar, mais nada! ela tem uma mesa para fazer o dever de casa e uma livreira que ajudam a organizar as coisas no quarto. Acho que na idade do Gui é mesmo necessário um cantinho de estudo. Não sei como funciona aí na Argentina, mas aqui nos EUA, na idade deles, as crianças são bem cobradas na escola; dever de casa todo os dias e 2 livros por semana, acho fundamental que eles tenham este espaço. Quanto ao desespero do Gui, entendo perfeitamente bem...rs! Minha irmã tinha 7 anos a menos que eu e qdo eu a via entrando no quarto me dava até desespero...rs! Felipe é muito pequeno e quase impossível entender que ele deve respeitar os brinquedos do irmão e o Gui não tem que entender tudo, claro. acho que até nisso o quarto de brinquedos resolveria, Neda. qdo o Gui quiser brincar com algo que o Felipe não possa, ele 'se esconde'no playroom! rs! Beijos para vcs!